🧠 pensando bem
reflexões que me ocorreram essa semana
Gratidão é uma dessas palavras que foi perdendo o sentido e a potência conforme foi sendo usada e abusada, especialmente em terras internéticas. Mas, mesmo correndo o risco de parecer muito gratiluz, proponho a você, hoje, uma reflexão sobre esse tema.
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O dicionário Michaelis diz que gratidão é o “sentimento experimentado por uma pessoa em relação a alguém que lhe concedeu algum favor, um auxílio ou benefício qualquer; agradecimento, reconhecimento”.
Lendo essa definição, uma ideia grita na minha mente: é grato quem se sabe insuficiente; quem reconhece que não se basta, que depende dos outros todos os dias. Afinal, se alguém me faz um favor, grande ou pequeno, é porque eu não podia resolver aquilo sozinha ou não tinha tempo, recursos, paciência (!!!) para fazê-lo.
Porém, essa não é uma ideia muito atrativa para a galera que “trabalha enquanto eles dormem”, que acha que conquista tudo sozinha, porque é O cara.
A pessoa que acha que seu dinheiro, inteligência, status e/ou experiência a tornam autossuficiente nunca será uma pessoa genuinamente grata, porque nunca se enxergará em desfavor na balança da vida.
A gratidão, por outro lado, nasce de um lugar de limite, de falta, de necessidade, de reconhecimento das nossas vulnerabilidades tão humanas, tão naturais; da consciência de que não fomos criados para sermos sós no mundo.
Lembro de um TED Talk muito louco, em que o autor A.J. Jacobs resolve agradecer a todas as pessoas responsáveis pelo cafezinho que ele toma de manhã. Conforme ele avançava na enorme cadeia de pessoas envolvidas na produção de uma simples xícara de café, a gente consegue perceber o quanto realmente depende uns dos outros.
Aliás, tá aí um exercício interessante! Imagina o que aconteceria se parássemos para pensar em quantas pessoas são necessárias para tornar o nosso dia um pouco mais fácil? Que tal se agradecêssemos a algumas delas hoje?
💬 O que você pensa sobre esse assunto? Se quiser continuar a conversa, eu vou adorar saber a sua opinião nos comentários da plataforma Substack ou respondendo a este email.
🔎 curadoria
conteúdos legais que eu vi, li ou ouvi e recomendo
📖 Enquanto houver limoeiros é um livro da autora sírio-canadense Zoulfa Katouh, que conta a história de uma jovem que deve decidir se deixa o país ou se permanece atuando como médica em um hospital, durante o período da guerra da Síria. Livro difícil, mas excelente para enxergar a guerra como mais do que números de um lado e de outro.
💻 No dia da conscientização sobre o autismo, a Ana, do Nunca vi 1 cientista, fez o vídeo mais esclarecedor que eu já vi sobre o Transtorno do Espectro Autista.
📱 você viu?
resumo das redes
Jane Eyre foi meu livro de surto no mês de março e, neste vídeo, eu conto o porquê:
⏰ minuto jabá
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Na próxima segunda, nosso Clube do Livro começa a leitura de Sobreviventes e guerreiras, livro da historiadora Mary Del Priore, que trata da história das mulheres no Brasil, de 1500 a 2000. Junto com ele, teremos uma análise do livro Lucíola, de José de Alencar.
Se você quiser participar da leitura, além de ter acesso a vários (váááááááários mesmo) outros conteúdos, seja uma apoiadora ou um apoiador no Parthenon. Além de ajudar a manter a minha produção de conteúdo gratuita, você ainda recebe recompensas exclusivas.
"A gratidão (...) nasce de um lugar de limite, de falta, de necessidade, de reconhecimento das nossas vulnerabilidades". Frase anotada e copiada.
Fernanda, me faltava ver a gratidão sob esta perspectiva... Valeu! :)