Olá, tudo bem?
Há dois dias, nós chegamos, oficialmente, ao meio do ano. 6 meses se passaram e já começam a circular no Instagram os memes e figurinhas perguntando “o que você fez?”. (Cá entre nós, se você chegou até aqui relativamente bem, vivendo no Brasil, eu acho que você já fez muita coisa!)
Mas, normalmente a pergunta sobre o que você fez tem a ver com realizações: “concluí o curso tal, li x livros, realizei um sonho”. E, nessa hora, a chance de compararmos nossos bastidores com o palco dos outros é grande!
Quantos livros te leram?
Não, você não leu errado. Essa aí é a pergunta que eu queria fazer mesmo.
A essa altura de avaliação do semestre, é comum que as pessoas listem (com maior ou menor orgulho) a quantidade de livros lidos, comparando com suas expectativas de leitura para o ano.
Eu já fiz muito isso, em anos anteriores. Admito.
Mas ressignifiquei a minha relação com os livros, sabe? Já faz algum tempo que eu não tenho me importado com a quantidade, mas com a qualidade dos livros que eu leio. E não estou falando apenas de ler livros “cabeçudos”, grandes clássicos e tal.
Estou falando de ler livros que tenham um significado para o momento que eu estou vivendo. E aí, pode ser, sim, um grande clássico, como a Ilíada, que vou reler a partir de amanhã; mas também pode ser um livro bem levinho, como um romance bobo, sem grandes complicações, que eu adoro ler quando quero relaxar.
Aprendendo a me importar mais com a qualidade que com a quantidade, eu passei a escolher melhor os livros que eu leio (afinal, não há uma meta); e o melhor: mais do que ler os livros, eu deixei que eles me lessem. O livro não é apenas um objeto passivo da minha leitura, mas passou a ser um interlocutor que conversa comigo. O que eu busco quando leio “um livro bem levinho”? O que um texto milenar sobre uma guerra tem a ver comigo? Quais vidas eu vivi nos livros que li? E quais dessas vidas influenciam a minha vida, aqui e agora?
Chegando ao meio do ano, eu sei que sempre haverá muito mais livros que me interessam do que eu terei tempo de vida para lê-los. E nenhuma meta de leitura vai mudar isso. Mas, sigo o conselho de Sêneca, para quem nenhum século nos é proibido, nenhuma conversa é impedida, se tivermos acesso à literatura e à filosofia.
Faz sentido pra você?
📚 Li e recomendo
Já que o tema hoje são os livros que me leram, vou fazer um breve compilado, um pouco diferente do habitual, misturando filosofia e literatura:
Orgulho e preconceito, de Jane Austen - um clássico que eu releio quase anualmente.
Saga A Roda do Tempo, de Robert Jordan - para quem gosta (ou quer conhecer) a literatura de fantasia, essa é uma ótima pedida.
A felicidade das pequenas coisas, de Anselm Grün - um pequeno livro sobre satisfação e contentamento (disponível no Scribd, que você pode ler gratuitamente assinando pelo link)
Encaixotando minha biblioteca, de Alberto Manguel - um texto sobre livros, leitores e suas peculiaridades.
Édipo Rei, de Sófocles - uma tragédia grega por excelência.
Um teto todo seu, de Virginia Woolf - já indiquei na última news, mas não custa recomendar novamente. ;)
Sobre a tranquilidade da alma, de Sêneca - texto curtinho, mas cheio de fritações filosóficas que vão te fazer pensar sobre o tipo de vida que suas decisões constróem.
👀 Você viu?
Iniciamos, amanhã, a leitura coletiva da Ilíada. Se você quiser participar, basta acessar esta página para ter todas as informações.
Como sempre, eu estou a uma resposta de distância. Se quiser continuar essa conversa, basta responder este e-mail.
Bom domingo e ótima semana!
Até a próxima!